Assistência 05/09/2024 Publicado

Mais de 100 cirurgias bariátricas pelo SUS já foram realizadas pelo Instituto Maria Schmitt em Sombrio

Mais de 100 cirurgias bariátricas pelo SUS já foram realizadas pelo Instituto Maria Schmitt em Sombrio

Mais de 100 vidas transformadas pela saúde pública. A missão do Instituto Maria Schmitt (IMAS), em proporcionar um serviço de qualidade,por meio de uma estrutura moderna e uma equipe multidisciplinar qualificada, têm mudado a vida de quem tanto sonhou pela cirurgia bariátrica. Desde o dia 22 de abril deste ano, o Hospital Dom Joaquim, administrado pelo Imas, vem realizando cirurgias bariátricas via videolaparoscopia pelo SUS, contabilizando 107 procedimentos até está última quarta-feira, 4, atendendo a uma demanda reprimida da macrorregião Sul de Santa Catarina.

A felicidade estampada no rosto não nega a realização de um sonho. Auto-estima recuperada, disposição e, claro, a saúde sendo restabelecida. Essas são as expressões de pacientes que já fizeram a bariátrica e estavam participando do encontro mensal realizado pela psicóloga Cinthia Roth e a nutricionista Francielly Fabris.

Elas comandam a roda de conversa para tirar dúvidas, trocar experiências e encaminhar possíveis queixas individuais para novos exames. “Nosso encontro tem o objetivo de acompanhar o processo, saber as dificuldades, ouvir depoimentos e apoiar uns aos outros. A bariátrica muda o paladar, muda a emoção. A reação dos alimentos é diferente para cada pessoa. Cada organismo é único e é preciso respeitar. Por isso, conversamos em conjunto para deixar claro que o processo de emagrecimento de cada paciente acontece de forma muito particular”, destacou a nutricionista Francielly.

Conforme a psicóloga Cinthia, a motivação vem do incentivo da rede de apoio. “Essa roda de conversas é fundamental nesse processo. Nossos encontros trazem motivação para os nossos pacientes continuarem firmes nesta caminhada em busca do objetivo”, destaca.

O motorista Anderson Martins Paulino, 46 anos, morador de Imbituba, começou o processo em janeiro nas consultas com o cirurgião. Precisava realizar o procedimento já que tinha pressão alta, diabetes e pesava 144,7kg. “Fiz exames, consultas e no dia 31 de maio realizei a bariátrica. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, não me arrependendo nenhum segundo. Foi uma benção, tanto para saúde física como mental. Minha autoestima é outra. Hoje estou pesando 104 kg e estou ótimo. Adquiri novos hábitos na alimentação, novos horários para as refeições e estou repondo vitaminas que faltavam. Uma nova vida. Tomava remédios para dor nas articulações, como no joelho e quadril devido ao sobrepeso, e para pressão. Hoje não tomo mais. Me sinto outra pessoa. Tomo banho sozinho, coloco o meu calçado sem ajuda. Tenho independência”, contou Anderson, ressaltando que seus novos hábitos também motivaram toda a família e até contribuíram na economia do lar.

“A minha esposa me acompanha na alimentação e os meus filhos estão indo neste mesmo caminho. É automático, a família também absorve os novos hábitos. Sem contar a parte financeira, pois reduzimos os gastos com o mercado e até o gás está durando mais.” Acompanhando Anderson, Deyse Lúcia de Carvalho, diz que está muito feliz com essa nova fase de vida do marido. “A bariátrica mudou a vida da família. E estamos agradecidos pela equipe do Hospital. Aqui as pessoas são maravilhosas, desde a internação, os médicos, os demais profissionais que nos acompanham. O atendimento é excelente”, frisou.

Karoline Nogaredo da Silva, de 31 anos, foi a primeira a realizar a bariátrica no Dom Joaquim em abril. Ela chegou a pesar 170 kg, e hoje comemora os 47 quilos eliminados após o processo da bariátrica. “É outra vida. Eu achava que ia ser mais difícil. Estou pesando 123 kg. Hoje eu consigo brincar com a minha filha, me movimentar, me abaixar, então isso para mim é uma vitória. Acordo mais cedo, tenho mais disposição. Antes eu só queria ficar deitada. Além disso, esses encontros com outros pacientes estão sendo muito importantes para a troca de experiências e tem me ajudado no processo. Sou muito agradecida a toda equipe multidisciplinar pelo apoio desde o começo dessa trajetória na luta contra a obesidade”, declarou Karoline que é moradora de Tubarão/SC e chegou a ficar 3 anos e meio na fila para o procedimento.

Acompanhamento vai além da cirurgia

Conforme o cirurgião responsável pelos procedimentos, médico Marcos Eduardo Mezzomo, a bariátrica envolve uma equipe multidisciplinar que trabalha de forma integrada para o sucesso do procedimento. “Todo paciente da bariátrica tem que passar por essa equipe que é composta pela nutricionista, psicóloga, endocrinologista, cardiologista e até anestesiologia, para estarem aptos à realização da cirurgia. Após os resultados de exames e a avaliação do paciente é definido a técnica, bypass ou sleeve, que são as mais consagradas na área. Além disso, o grande diferencial do procedimento está na técnica minimamente invasiva utilizada, a videolaparoscopia, a qual conta uma microcâmera ligada a um monitor permitindo a realização da cirurgia sem cortes. Uma modernidade que o IMAS investiu para a população”, enfatizou D. Marcos.

De acordo com Cinthia Roth, o processo da bariátrica vai além da cirurgia. Há etapas importantes no pré-operatório e após mais 18 meses com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. “O processo para quem precisa fazer a cirurgia bariátrica começa no Posto de Saúde do município de origem do paciente. Ele consulta com o médico que avalia a necessidade de realizar, conforme o seu estado de saúde, o Índice de Massa Corporal (IMC) e comorbidades associadas. O profissional então o encaminha para a fila de espera da Central de Regulação do Estado. A partir daí, o Hospital Dom Joaquim recebe o paciente dando o encaminhamento para a realização da bariátrica. A primeira consulta é com o médico cirurgião, que direciona para uma equipe multidisciplinar com psicólogo, nutricionista, e também solicita diversos exames laboratoriais e de imagem, como endoscopia, eco doppler, eletrocardiograma, tudo feito pelo SUS dentro da nossa unidade. Após isso, com os laudos das profissionais aprovados e os exames sem nenhum problema é realizada a cirurgia”, explica.

Para ela, a bariátrica é um procedimento que necessita de uma rede de apoio. “Estamos proporcionando mais saúde e autoestima aos nossos cidadãos, pois obesidade também traz consigo outras comorbidades, como hipertensão, diabetes, esteatose e desajustes psicossociais. Nossos encontros visam oferecer acolhimento para oferecer qualidade de vida à nossa população através da rede pública que é resolutiva, eficaz e humanizada”, finalizou.



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